Uma peça forte, que trata da violência contra a mulher. Quatro atrizes em cena interpretam personagens fragilizadas, espancadas e desvalorizadas pelos homens. Um ator dá vida ao homem machista, que acredita que as mulheres não têm direito a nada, tem que se submeter às agressões contra elas. Ele é o agressor. O texto choca, as imagens exibidas no projetor também. Coreografias compõem “Retratos de Mulher”, que foi apresentado sábado, 10, no Teatro Municipal Salviano Arraes, no Crato.
O espetáculo, da Dakini Cia de Dança e Teatro (CE), mostra que as mulheres são agredidas, na maioria das vezes, por pessoas próximas, como namorados e maridos. E, muitas vezes, calam. Baseado nisso, eles encenam também a revolta diante desse silêncio.
Marcela Lima, diretora do espetáculo, diz que a peça surgiu depois de um ano de pesquisa sobre a violência contra a mulher no Cariri. “Há um número muito alto de mortes de mulheres na região. Quando me deparei com isso, resolvi transformar em arte”, explica.
Retratos de Mulher / Por Jr. Panela
A montagem busca conscientizar as pessoas sobre a realidade da região. Segundo a diretora Marcela Lima, de janeiro a novembro deste ano, 219 mulheres foram assassinadas no Cariri. Depois da apresentação, houve uma conversa com o público, onde várias mulheres da plateia mostraram seu ponto de vista sobre a situação.
Zuleide Queiroz, vice-presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher Cratense, parabenizou a iniciativa do grupo, por abordar um tema tão polêmico, que precisa ser debatido sempre.
A peça será apresentada novamente na próxima terça-feira, 13, às 19 horas, no Teatro Violeta Arraes, em Nova Olinda.
Por Giselle Norões