“Amar é ser fiel a quem nos trai”
Amor, traição, ódio, medo e nojo. Esses são alguns dos elementos que constroem o espetáculo Perdoa-me por me traíres, que foi apresentado nesta sexta-feira (9), no Teatro Municipal Salviano Arraes, no Crato.
Sete atores contracenam cenas fortes de abuso sexual, aborto em clínica clandestina, assassinato, loucura e acusações de traição. Uma garota de 16 anos é oferecida a um deputado. Uma jovem descobre que está grávida e pede para a amiga se matar junto com ela, pois “o que mete medo na morte é que cada um morre só”. Um marido enlouquece com o fato de achar que sua esposa o trai. Ao descobrir a traição, anunciada em uma reunião familiar, ele não quer abandona-la, alegando que “amar é ser fiel a quem nos trai” e que “não se abandona uma adúltera”.
Nesse contexto, o marido pede perdão por ter sido traído. Ao cunhado, depois que o esposo foi internado por ficar completamente louco, a mulher afirma que se arrepende do marido, dos amantes não, sendo envenenada em seguida. Dessa forma, o drama está presente no espetáculo do começo ao fim.
Espetáculo “Perdoa-me por me traíres”/ Foto: Junior Panela.
O texto é de Nelson Rodrigues e a Cia Engenharia Cênica (CE) começou a ensaiá-lo depois de ganhar o prêmio “Funart Nelson Rubens Rodrigues: 100 anos do anjo pornográfico”. Foi o único grupo cearense entre os 17 vencedores.
Por Giselle Norões
