“Solamente Frida”, da Cia. Garotas Marotas, de Rio Branco, conta a história de Magdalena Carmen Frieda Kahlo y Calderón, mais conhecida como Frida Kahlo, talvez a pintora latinoamericana mais importante do século XX. O espetáculo encenado por Clarisse Baptista, que interpreta a pintora e Solamente Frida foi apresentado no último domingo (9), no Teatro Patativa do Assaré, Unidade Sesc de Juazeiro do Norte.
Símbolo feminista de resistência e de autonomia, Frida Kahlo é hoje umas das maiores inspirações na luta contra todo tipo de privação de direitos das mulheres. O espetáculo, que conta seus momentos de angústia na luta diária para viver/sobreviver, revela os vários lados da artista que pintava seus autorretratos como forma de dar mais sentido a sua vida, e revela ainda suas extravagâncias no uso do álcool e cigarro. “Pinto a mim mesmo porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor”, dizia Frida quando se referia aos seus trabalhos.
“Ela viveu o que ela pregava”, lembra Baptista. A atriz conta que Frida “era uma pessoa extremamente carinhosa, afetuosa, gostava de bichos de gente, de ficar em casa (…) e apesar de tudo ela tinha um grande amor pela vida”.
Em um cenário marcado pelas cores vivas da cultura mexicana, país em que Kahlo nasceu, o altar no cenário que faz referência ao Dia dos Mortos, comemoração importante no México, lembra que hoje “Frida nos visita”. As trocas de roupa, o constante sofrimento causado pelas dores de suas mazelas e a lembrança sempre viva de seu amado companheiro Diego Rivera mostram uma mulher forte e docemente amável.
Um espetáculo que, no silêncio, nos textos narrativos ou nas imagens revela os limites, fraquezas, a vida e os sinais de superação e libertação a que estão sujeitas as pessoas.
“Espero alegre a minha partida – e espero não retornar nunca mais”. Essas são as últimas palavras que Frida Kahlo deixou registradas em seu diário. De todas as vontades que a pintora tinha e que lutava ferrenhamente para consegui-las, inclusive a de driblar a morte, talvez essa seja a única que ela não conseguiu que fosse realizada. Frida revive a todo instante na memória, na vida, na arte… “Hoje Frida nos visita”.
Por Thiago Silveira