Holoclownsto – Da lembrança da guerra à poesia do palhaço
Holoclownsto – Da lembrança da guerra à poesia do palhaço
Holoclownst / Foto: Lua Alcencar

Holoclownsto / Foto: Lua Alencar

Guerra, dor, morte, solidão, risadas e clowns, para ser mais preciso, seis. A dolorosa lembrança do holocausto, e não só dele, mas da guerra, ganha sutileza, sem minimizar a importância do tema, e muita diversão em uma apresentação que arranca muitas risadas e envolve a platéia.

A comédia Holoclownsto, da Cia. ‘Troupp Pas D’Argent’, do Rio de Janeiro, conta as peripécias de seis clowns presos em um vagão de trem em plena guerra. O constante medo da guerra e da morte, a curiosidade e os desafios de viver a singularidade de cada um são o mote perfeito para conduzir com muito humor essa viagem.

Enquanto o trem segue conduzido pelos trilhos em meio à guerra, a doçura e inocência das seis personagens contrastam com as bombas que explodem a todo instante em meio à viagem, e com o estampido dos tiros nos vagões vizinhos. A interação com o público é outro fator importante que dá mais sutileza à trama.

“No início a gente queria falar mais da questão da Segunda Guerra Mundial”, lembra Natalíe Rodrigues, que faz parte do elenco, além de ser responsável pela dramaturgia junto com Marcela Rodrigues, que também atua e dirige Holoclownsto. “Depois ampliamos essa temática para falar da guerra como um todo, todo tipo de violência contra qualquer tipo de minoria e trazendo isso pro nosso dia a dia mesmo”, relata ao falar das motivações do espetáculo.

Holoclownst / Foto: Lua Alencar

Holoclownsto / Foto: Lua Alencar

A música é outro elemento que permeia a apresentação e quebra o clima gelado típico dos tempos de guerra na Alemanha. “A atuação do grupo é muito boa. Ao mesmo tempo em que diverte, não faz esquecer desse tempo ruim da história”, relata a estudante de psicologia Geórgia Cysneiros.

Essa viagem que segue rumo ao desconhecido, mas previsível ponto de chegada, “trata dos conflitos internos entre um ser e outro e achamos que a linguagem do clown possibilitou tocarmos numa temática que é tão densa, tão complicada e de forma delicada, podendo transitar entre o drama e a comédia, lembra Natalíe.

O espetáculo foi encenado no último dia 9 de novembro, no Centro de Cultural Banco do Nordeste (CCBNB) em Juazeiro do Norte. Hoje, dia 10 a comédia será apresentada no Teatro Adalberto Vamozi, Crato.

Thiago Silveira

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