Na fábula visual da cineasta Ana Moravi, que participa pela primeira vez da Mostra Sesc Cariri de Culturas, o filme conta a história de uma mulher que vive solitária no alto de uma montanha, onde se envolve intimamente com o vento.
A média metragem, que foi filmada na cidade de Ipoema (MG), contou com a participação de 5 pessoas divididas entre atores, produtor e diretor. No filme, a imagem, assim como o vento, se lança livre na direção das coisas.
O filme busca um sentido na imagem que ultrapassa convicções. É uma analogia entre o vento e a imagem, ambos carregam coisas que necessariamente não se pode ver. No enredo, a história da deusa da primavera “Flora” com “Zéfiro”, um vento forte que se entrelaça, surgindo uma história de afeto entre eles.
Thaïs Dahas, personagem principal, descobre sua relação com o vento, interpretado por Dellani Lima, nas pequenas coisas como: uma roupa que balança em um varal, o cabelo solto que se assanha com as voltas que vento dá e pelo mistério de entender que é o vento.
Na trajetória entre o vento e a imagem, a cineasta Ana Moravi diz que existem mais informações do que se possa ver. “O filme quer investigar essa analogia da imagem e do vento, mostrando que o vento traz lembranças como um cheiro que aguça a memória. Por sua vez, a imagem é algo que não é palpável, você não controla, ela é construída”, afirma a cineasta.
Por Manuella Cysne